No final do século XIX e princípio do
XX, temos no Egito uma grande revolução social, acompanhando a revolução
industrial que movimentava todo o mundo ocidental. Neste período, o Egito foi
social e economicamente dirigido pela Inglaterra, que levou para o Cairo muitos
estrangeiros, investidores, arqueólogos e pesquisadores, além de inovações
tecnológicas como a fotografia e o cinema. Neste período, a cena cultural do
Cairo muito se desenvolveu, casas de espetáculos atraíam não só os
estrangeiros, como os próprios egípcios negociantes e residentes na capital.
Neste contexto, surge a primeira das
grandes estrelas do cinema egípcio: Badia Massabni, libanesa, cedo deixa o
cinema para abrir o famoso Cassino Badia e também o Cassino Ópera do Cairo.
Esta foi a mais importante casa dedicada a espetáculos no Cairo. Por ela
passaram grandes estrelas do cinema como, Naima Akef, Tahya Karioca, Samya
Gamal, e grandes músicos como Farid Al Atrche, Mohamed Abdel Wahad e Abdul
Halim Hafez. O Cassino foi palco também de diversas companhias ocidentais de
dança, que influenciaram também o modo de dançar das egípcias.
O cinema egípcio teve grande
importância na divulgação da dança do ventre pelo mundo árabe e foi grandemente
divulgada para o ocidente por Hollywood. Muitas cenas de cinema retratavam o
ambiente cultural do Cairo, com suas casas de show e festividades em praça
pública. Muitas ainda mostravam cenas de dança em casamentos e também a dança
em cenas de casais.
Tecnicamente, vale dizer que a dança
sofreu grande transformação neste período. Deixando as casas e as ruas e se
elevando ao palco, esta dança precisou também refinar – se e adquirir postura
cênica. Novos movimentos foram incluídos na movimentação cênica, inspirados nos
movimentos de ballet: o arabesque, a movimentação de braços e giros, que antes
não eram executados, tendo no balady popular, a movimentação muito concentrada
no quadril.
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